Patricia Valente – Profissão: ASTRÓLOG@

Século XXI, muitas profissões novas surgindo, outras tantas desaparecendo. É a chamada Revolução 4.0, muito semelhante à Revolução Industrial que trouxe grandes inovações técnicas e científicas, mas também encerrou com trabalhos braçais pesados em sua maioria.

A chamada Revolução 4.0 que estamos apenas começando a viver enfatiza o uso da tecnologia, liberdade, autonomia, criatividade, competências socioemocionais, entre outras.

No entanto, a Astrologia, que é uma área do conhecimento humano que acompanha a nós, humanidade, há milênios, literalmente falando, se diferencia totalmente nesses movimentos, pois certamente continuará nos acompanhando, independentemente dessas revoluções. Existem registros astrológicos em tábuas de argila em museus europeus que remontam à época da Babilônia.

Ao longo do tempo, para poder sobreviver, a Astrologia passou por muitas formas de atuação. Algumas vezes valorizada e reconhecida, era exercida abertamente, outras vezes criticada, perseguida e rechaçada pela sociedade, era obrigada a ser exercida à sombra. A partir do século XX ela foi recuperando seu merecido lugar e visibilidade na sociedade e no mundo profissional e podendo se expressar cada vez mais como uma metodologia, por assim dizer, de ajuda terapêutica, orientação, planejamento e desenvolvimento pessoal. Além disso, a Astrologia sempre valoriza os demais saberes, é integrativa, democrática, inclusiva e multidisciplinar. Ela se compõe de maneira harmônica com qualquer outra área do conhecimento com benefícios recíprocos.

Ser astrólogo ou astróloga é uma profissão! E como tal pressupõe capacitação, conhecimento, preparo, estudo – muito estudo – posicionamento, postura, macrovisão e conhecimentos gerais, entre outros.

Falemos inicialmente do que considero os quatro pilares do saber astrológico. Primeiro, conhecer sua história, suas origens, seu berço, quais foram os primeiros registros astrológicos, por que surgiram, como surgiram.

Depois é preciso conhecer astronomia, também conhecida como mecânica celeste. O movimento dos planetas, seu surgimento, sua composição, seus ciclos, sua ordem no cosmos, sua formação, sua precedência. Assim como compreender como se formaram os sistemas de casas e por que usar um e não outro dentre os inúmeros existentes.

Em seguida, a mitologia que fundamenta e dá pano de fundo ao significado simbólico dos planetas e signos.

Por fim estudar sempre e constantemente, pois o saber astrológico é extenso e complexo, com vários níveis possíveis de leitura e interpretação. Exige tempo e dedicação para ser assimilado, além de prática, muita prática.

Isto posto, chegou a hora de, enfim, começar a exercer de fato a profissão. Maravilha! Um bom começo é você definir seu propósito, saber por que quer atuar como astrólogo(a). Qual é sua motivação.

Invoco aqui alguns conceitos básicos e essenciais mercadológicos que valem para qualquer profissão e profissional. A primeira coisa a fazer é identificar e definir o tipo de público que deseja atingir e quais são suas necessidades que deseja atender. Empresas, casais, crianças, pessoas em processo terapêutico… quem são? Isso nos leva à próxima etapa.

O próximo passo é definir que tipos de serviços você vai oferecer. Horóscopo, sinastria, mapa cármico, empresarial, infantil, vocacional, retificação de horário, mapa esotérico etc? Pense também na maneira como vai entregar. Se será presencial, online, gravado, todos esses ou alguns. Se terá material escrito e/ou gravado. Tudo isso envolve tempo, tecnologia e custo de sua parte. O que nos leva ao preço.

A seguir, é preciso definir o valor que pretende praticar por cada serviço prestado. Se todos terão o mesmo preço ou se serão diferenciados. Quais formas de pagamento seus clientes poderão usar. Lembre-se que o mundo de pagamentos está mudando rapidamente e precisamos estar minimamente atualizados quanto a isso.

Formatos de atendimento. Se presencial, seu local de atendimento deve ter aspecto profissional, necessariamente, mesmo se for em um coworking. Local limpo, arejado, de acesso descomplicado, em que você e seu cliente tenham privacidade, de preferência silencioso para que a gravação do atendimento – se a fizer – saia nítida e sem ruídos de fundo. Caso atenda em sua casa, defina um ambiente em que possa ter privacidade, discrição e silêncio, além das características citadas anteriormente. Já no atendimento online, é fundamental que sua internet seja boa e estável para que a conexão não caia na metade do atendimento. Além, é claro, de todas as dicas e orientações válidas para os demais profissionais em home-office: câmera nítida, áudio bom, ambiente silencioso etc.

As informações que recebemos visualmente são muito mais rapidamente acessadas e gravadas e servem de base para formarmos opinião a priori sobre um profissional. Haja vista o poder das propagandas, dos logotipos, da comunicação visual. Por isso é tão importante cuidar do seu ambiente de trabalho. Claro que é tentador atender em um café charmoso, mas definitivamente não passa imagem de profissionalismo e sim de uma conversa informal com um(a) grande amigo(a). E seguindo essa linha de raciocínio, a pessoa pode se perguntar: … se foi um “bate-papo com um(a) amigo(a) por que eu deveria pagar? Foi só uma conversa num café…” Percebe?

Outro aspecto importante é escolher como você quer ser encontrado(a), como quer se divulgar: Instagram, Facebook, site, LinkedIn, podcast, canal no YouTube… etc. Com certeza é importante estar atualizado(a) com relação às mídias e redes sociais, no entanto considero relevante levar em conta seu próprio mapa astral. Ou seja, veja em seu próprio mapa astral qual dessas formas de comunicação se adequa melhor ao seu estilo, à sua essência.

Fique atento(a) para não gerar uma demanda que você não terá condições de atender! Despertar no consumidor uma expectativa que você não conseguirá atender vai gerar uma frustração nele que terá o efeito oposto do que deseja. Um consumidor insatisfeito propaga sua decepção para 11 pessoas. Já pensou? Você também pode contratar uma pessoa ou equipe para impulsionar sua imagem nas redes sociais. Daí a história é outra, claro. Fica bem mais fácil. Vai depender do quanto tem para investir nisso.

Como já disse Marshall McLuhan, renomado filósofo e teórico da comunicação canadense: o meio é a mensagem. Ele ficou conhecido por vislumbrar a Internet quase trinta anos antes de ser inventada e por ser autor do termo aldeia global.

Por fim, em termos fiscais, atualmente no Brasil um(a) Astrológo(a) pode facilmente abrir uma empresa como MEI e ser reconhecido como empreendedor, o que é ótimo.

Ser profissional de Astrologia é uma das coisas mais gratificantes para mim e sei que, se você decidir seguir esse caminho, será para você também. A jornada é longa, mas extrema e infinitamente prazerosa, encantadora e apaixonante. Quanto mais estudamos, mais queremos estudar. Quanto mais praticamos, mais queremos praticar. Vale a pena, recomendo muito!

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